“Holocausto brasileiro”, documentário baseado no livro da jornalista Daniela Arbeux ,também diretora do filme, retrata as condições desumanas e degradantes dos pacientes do antigo Hospital Colônia, um dos maiores hospícios brasileiros. Criado no ano de 1903 no Estado de Minas Gerais e em funcionamento por oito décadas, a instituição que visava atender pessoas com transtornos mentais se transformou em um depósito humano. Sustentada por uma ideia higienista, o hospital recebia pessoas incômodas para a sociedade, que foram, em sua maioria, internadas à força. A institucionalização compulsória dos pacientes foi permeada por suas condições precárias, invisibilidade social e violações de direitos humanos dos pacientes. Mais de sessenta mil pessoas morreram de fome, frio, doenças e fortes doses de eletrochoques. No maior período de lotação, dezesseis pessoas morriam por dia – um retrato da gestão da barbárie.
A questão dos direitos humanos dos pacientes institucionalizados é histórica no mundo e no Brasil. Infelizmente, ainda na atualidade, esses pacientes lidam diariamente com a discriminação, a restrição de sua liberdade e autonomia.