Bernard Lown, renomado cardiologista e professor de Harvard, publicou, em 1996, o livro a “Arte Perdida de Curar”, um apelo na direção do restabelecimento da relação de confiança entre médico e paciente e da reflexão sobre o cuidado substituído pelo tratamento e a arte de ouvir por procedimentos tecnológicos.
Bernard Lown, de 96 anos, ao se encontrar em um leito, internado por pneumonia, indagou: “Vocês realmente precisam checar meus sinais vitais a cada 4 horas?”. Segundo o artigo de Rich Joseph, médico residente no Brigham and Women’s Hospital (EUA), e que estava cuidando de Lown, dados demonstram que metade dos pacientes é acordada desnecessariamente para ter os sinais vitais verificados, em detrimento de seu descanso. O médico residente respondeu que entendia a reclamação, mas Lown retrucou: “Faça alguma coisa para mudar isso.”
O hospital de hoje se tornou uma fábrica, distante dos fundamentos do cuidado, que implicam ouvir o paciente além dos sintomas, tocá-lo cuidadosamente durante o exame físico, usar palavras que afirmem a sua vitalidade, e estar atento nas tensões e situações relacionadas à vida do paciente.
Desta vez, Bernard Lown era o paciente em busca de cura e Rich Joseph era o médico, produto de um sistema que se tornou ainda mais impessoal desde que Lown escreveu suas palavras pela primeira vez.